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Mostrando postagens de 2018

Inferno Nórdico

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Eu sou um refém, um refém dos meus atos, eu sou livre a ser condenado, eu sou condenado a ser livre, minha mente é cativeiro, minhas ideias é o almoço azedo oferecido pelo carrasco. Eu mato ideias para elas não me matarem, eu ando em solo pois já estou em bandos demais, vagando de mundo em mundo em minha imaginação, eu fecho os olhos e entro dentro de mim, eu fecho os olhos e as lágrimas vem, tão úmido quanto a volúpia dela, tão suja quanto meu desejo por ela, é assim a minha mente. Um inferno, um inferno, eu sou o diabo, tudo pegava fogo, tudo que eu via era caos, tudo que havia era morte e sangue, destruição e apatia, eu tive medo pela primeira vez de voltar a ser quem eu era, hoje sei que já não era mais o mesmo que eu fora e tampouco sou o mesmo que eu fui, ontem um antigo demônio não esteve ao meu lado, um sentimento grande de culpa, de ódio de mim mesmo, de nojo, pela primeira vez me orgulhei de ser um macaco. Eu não me odiei, um antigo sentimento de culpa, de isolamento, ...

Bile Negra, ele gritou.

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Bile Negra, ele gritou.     Aquele foi o último dia, aquele foi, ele jurou para si mesmo que se não morresse dentro de um ano ele iria pisar tão forte neste solo de calvário que haveria uma pegada que nunca sumiria pois estaria queimando para sempre, assim como seu peito.     Ele sabia que para renascer necessitava morrer, ele sabia, ele sempre foi inteligente e sempre soube lidar muito bem com a maneira de olhar para baixo, ele sempre gostou de brincar de subir na cadeira e olhar para o chão com a corda no pescoço, o que ele, aquele maldito, não sabia era que um dia ele iria desequilibrar e a cadeira ia cair, curiosamente ele sempre deixou uma carta escondida na última gaveta para caso ele desequilibrasse.        Ele sempre se questionou o que havia de diferente em ver o mundo pela janela de seus olhos, ele sempre se questionou porque as pessoas gargalhavam em festas aos sábados e ele chorava no quarto, ele sempre odiou quando...

Lei do Distanciamento, o Isolamento é liberdade, o silêncio é o libertador.

Lei do Distanciamento, o Isolamento é liberdade, o silêncio é o libertador. Morte - O que os humanos temem.  Os humanos temem a morte por puro egoísmo, os humanos se assustam com o dejà-vu simplesmente pelo medo de reviverem aquilo que já viveram, o ser humano busca sempre o prazer enquanto o prazer sexual é o mais próximo da alegria que alguém vai se deleitar. A morte é assustadora não pela ideia de nunca mais existir, a verdade é que a ideia da 'não-existência primordial' acalma e num invólucro sepulcral contrastando com a eterna existência pregada pelo cristianismo "Ele te conhece antes mesmo de tu vir ao ventre" assusta mais que não existir. Não temos medo da morte, temos medo do distanciamento, não temos medo do grito, temos medo do silêncio. Por que temos medo das drogas? Por que você odeia tanto uma planta? É só um comprimido, abra os olhos, abra a janela daquele excremento que vocês insistem em chamar de alma. A morte é um presságio, Deus um conforto...

Olá amigo, eu estou sozinho.

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Olá amigo, eu estou sozinho. Eu estou sozinho, me sinto assustado, meu peito aperta, eu sigo pelo caminho, um caminho torto que não me leva a lugar algum, só há lágrimas, eu estou em prantos, eu temo o dia em que você for embora, eu temo o dia em que eu esteja realmente sozinho, andando pela casa eu percebo o vazio, a luz etérea que entra formando a silhueta dela pelos cantos, eu sei, eu realmente sei, tudo tem um fim, e hoje é inevitável deixá-la escapar, eu deveria ser capaz, capaz de amar, capaz de abraçar, de olhar na alma dela e dizer, mas eu sou falho, falho rapaz. Havia tanta dor em minha alma, eu estava desesperado, nos braços dela eu encontrava a calma, as lágrimas, as drogas, os machucados, o sangue, tudo, tudo tivera um porquê, mas eu ainda a amo, eu nunca deixei de amá-la, eu não sou capaz de deixá-la, eu tenho ciúmes, e ela estilhaça minha alma, como pôde ela? Ela que me jurou nunca partir, ela que me jurou a luz, eu luto para apagar, eu chamo, eu ...

Maldição (parte um, rascunho)

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  Meu nome é Ana, e hoje escrevo neste diário, neste maldito diário, minhas mãos calejadas e trêmulas descrevem um sofrimento ébrio que jamais achara que sentira novamente, até aquela maldita noite, a noite de ontem, o demônio, ele estava ali, e eu juro, ele sorriu.   Antes de explicar quem sou eu, até porque talvez eu não sobreviva mais que esta noite, eu falarei de Samara, Samara é minha mãe, ou era, até aquele dia, minha mãe era uma mulher muito simples, mas sempre batalhadora, ela trabalhava nas lavouras do campo, não teve a oportunidade (que sou extremamente grata, a ela e a Deus) de desfrutar de um belíssimo livro assim como eu!   Ah, mas minha mãezinha sempre teve um belo sorriso! Ela me dizia que que uma mulher sem um sorriso elegante para um homem era como um campo grande sem frutos, era só desperdício de espaço. Então ela sempre me ensinou a esboçar o mais belo sorriso que pudera uma mulher esboçar! Um sorriso puro, singelo, sem mágoas, a verdade é que d...

Amigo... você é meu amigo?

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Amigo, você é meu amigo? Me esfaqueie Por que as lágrimas insistem em vir?  Amigo, me abrace amigo,  Veja amigo! Veja! Meus olhos sangram. Amigo, por que você foi embora? Amigo, eu estou chorando! Amigo, talvez eu me mate essa noite..  Olhe amigo! Um presente! Espero que goste. Amigo, nós podemos dividir cigarros Amigo, por que me sinto vazio? Hi friend! Wanna talk? Amigo, não chore! Não posso te ver assim! Amigo! Pare! ...por que me beijou? Amigo, estou me afogando no mar Estou me afogando no oceano de agonia Amigo, por que? Só por que eu fui te amar? Amigo, amigo, amigo, amigo, eu te jurei. Eu te jurei o mundo, te jurei amor Te jurei a minha companhia e risos Mas você foi embora, a preguiça, a apatia Eu fui embora, eu te roubei Mas você é e sempre será meu amigo! Amigo, por favor aperte a corda! Amigo, não hesite em me apunhalar Amigo, me traga o veneno, me traga paz Amigo, me traga a morte e eu te trarei boas...

Demônios também choram...

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    Havia sangue, a alma dela sangrava Eu estava cego com a luz roxa          Atraído como um inseto eu não pude ver Meus olhos sangraram assim como os pulsos A dor era a nossa fixação.   Em dez páginas eu vendi a alma O rouxinol deve voar, eu sou uma raposa Raposas devem caçar, com o beijo eu selei a alma Como um predador eu observava Eu queria destruir, assim como Samael Eu queria ver a queda e quem caiu fui eu.   A dor, a destruição, a morte, eram oblações De odor agradável como o cheiro da fenda voluptuosa Havia um ídolo, um ídolo de bronze Eu ajoelhei perante o ídolo, para a dor cessar eu supliquei.   Para o ídolo eu rezei, a estátua então eu amei Assim como o rouxinol levou minha alma O polvo tentou destruir minha calma A dor cessou, eu regressei para agradecer.   O Diabo levou o ídolo, ele deixou suas lágrimas Belfegor, a encarnação da preguiça deixou sua carta, ...